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segunda-feira, 27 de abril de 2020

EM QUEM BOTAR A CULPA?

 “Aquele que for capaz de perder uma corrida, sem culpar os outros pela sua derrota, tem grandes possibilidades de algum dia ser bem-sucedido.”
(Napoleon Hill)

A frase acima pode ser vista como um lembrete para a sociedade moderna: é bem comum buscarmos justificativas para um erro, frustração ou derrota fora de nós mesmos. Como se não tivéssemos contribuído para aquele desfecho desastroso. Tal comportamento é visto como um mecanismo de defesa: algo instintivo, até mesmo natural! E também muito, muito confortável…
Situações deste tipo, para os que se recordam, foram vividas por Fabiana Murer, uma das melhores atletas brasileiras.
Em julho de 2007, ela conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, quebrando o recorde da competição, saltando 4,60m (!).
No entanto, suas participações nos Jogos Olímpicos em Pequim 2008 e Londres 2012, não tiveram o mesmo sucesso.

Classificada para a final em Pequim, uma de suas varas favoritas, específica para determinada altura, desapareceu. Este fato acabou por desconcentrá-la para os saltos. Resultado: falhou nas 3 tentativas de salto, e terminou em um desconcertante décimo lugar!
Na sua segunda participação em Jogos Olímpicos, desta vez em Londres, a atleta teve uma segunda decepção: foi eliminada ainda na fase de classificação, ao não conseguir superar os 4,50 m nas três tentativas. Segundo ela, isto aconteceu por conta do vento, que mudava de direção e força a todo momento, prejudicando a sua corrida e impulsão.
O exemplo desta superatleta ilustra que, quando erros acontecem, não interessa muito procurarmos justificativas ou explicações.
O único responsável por eles, quer sejam no âmbito pessoal ou profissional – infelizmente (ou felizmente, dependendo do observador) – é você mesmo!
É interessante observar que, quando erramos e fracassamos, não só tentamos procurar uma explicação (ou até mesmo um “culpado”), como também gastamos tempo e energia tentando convencer os outros e a nós mesmos sobre os possíveis motivos para o fracasso. Na maioria das vezes, ao invés de assumirmos o “desconfortável” peso da responsabilidade pelos nossos erros e fracassos, optamos por sentir uma certa pena de nós mesmos. É preferível acreditar que tudo foi causado por razões fora do nosso controle.
Essas atitudes normalmente nos satisfazem, pois são cômodas e não nos tira da zona de conforto, onde muita gente se sente melhor.
Esquecemos que, quando as coisas saem do nosso controle e não acontecem conforme planejamos — o que ocorre com mais frequência do que gostaríamos — o melhor que podemos fazer por nós mesmos é encarar o gosto amargo da realidade de frente!
Assumir a responsabilidade é o que se tem a fazer, não existe outro jeito! (a não ser que optemos pelo auto-engano!).
Lembrando que o mais importante é tentar entender e analisar o que fez de errado, para que não se repita. Novos erros ocorrerão, inevitavelmente. O importante é não repetir os velhos, se quisermos, de fato, evoluirmos como seres humanos. (Lembrando que muita gente não faz muita questão disso!)
Se pararmos para analisar, a maioria das pessoas bem-sucedidas utiliza-se dessa ferramenta com sabedoria. Elas assumem suas responsabilidades e, com muita humildade, procuram aprender com seus erros para, em uma próxima ocasião, fazer diferente.
As pessoas denominadas auto-responsáveis têm consciência de que são as únicas responsáveis por suas vidas.
Elas não são do tipo que tentam reprogramar os seus maridos ou esposas, amigos, colegas de trabalho. Pessoas auto-responsáveis, primeiramente, mudam a si mesmas.
 O fato é: enquanto você insistir em buscar justificativa exterior pelos seus erros e colocar a culpa “no outro” pelo seu fracasso, a sua vida vai andar em círculos.
Da mesma forma que reclamar, depois de um fracasso, nada resolve. O que resolve é a ação. A sua real liberdade começa no dia em que assume por inteiro as rédeas da sua própria vida, sem responsabilizar o outro ou a situação pelo fracasso. Lembre-se: você está aonde se coloca!
Nas palavras do psicólogo Jorge Bucay, no livro Quando me conheci: “não se pode começar a percorrer o caminho do sucesso enquanto as suas pegadas não forem deixadas pelos seus próprios pés, enquanto o rumo não for escolhido pela sua consciência, enquanto não for você quem for correr o risco das decisões”.
No caso da atleta Fabiana Murer, pouco depois do ocorrido, ela mesma admitiu ser a responsável por seu baixo rendimento na mais importante competição esportiva do mundo, alegando que realmente “estava saltando muito mal”.
E o mais interessante é que, algumas semanas atrás, Fabiana fez o seu melhor salto no Mundial de Atletismo, conquistando medalha de prata, e mostrou estar pronta para as Olimpíadas do próximo ano, no Rio de Janeiro.

Auto-responsabilidade exige coragem, humildade, esforço e dedicação!
E você, aceita este desafio?
A Fabiana, após reconhecer os seus erros, nos mostra que aceitou!

 Fonte do texto: https://osegredo.com.br/2016/08/em-quem-botar-culpa/ - Fonte da imagem: google/internet