Desforra, represália, castigo, punição, são outros nomes atribuídos ao ato de vingar.
Hoje faço um convite para refletirmos um pouco sobre este delicado assunto: A VINGANÇA.
A etimologia do termo vingança é, do Latim, VINDICARE, “liberar, clamar, tomar desforra”, relacionado à VINDICTA, “vingança”, provavelmente de VIM DICTA, “mostrar autoridade”, de VIM, “força”, mais a raiz de DICERE, “dizer”.
Na mitologia a vingança é principalmente personificada por Nêmesis, curiosa e antagonicamente irmã de Têmis que personifica a Ética. Destaco dois exemplos conhecidos das ações impiedosas de Nêmesis que, como acontece comumente com “os mortais”, parecem tentar revestir-se de um sentido de justiça:
Nêmesis castigou o rei Creso da Lídia. Creso, demasiado feliz e esnobe com suas riquezas e seu poder, é levado por Nêmesis a empreender uma expedição contra Ciro II da Pérsia, o que acabou por lhe trazer a ruína e a desgraça.
Narciso, demasiado contente com sua própria beleza, desprezava o amor. As jovens desprezadas por Narciso pediram vingança aos céus. Nêmesis ouviu-as e causou um forte calor. Depois de uma caçada, Narciso debruçou-se sobre uma fonte para se dessedentar. Nela viu seu belo rosto, apaixonado por sua própria beleza definhou até a morte, pelo amor impossível.
É interessante perceber o quanto a mídia, de um modo geral, explora o tema, apelando para o sentimento de vingança das Pessoas para alcançar níveis desejados de audiência, de leitores ou seguidores. Filmes, novelas, seriados e livros apostam no poder persuasivo da vingança e, não raro, conseguem ter numerosos olhos fixos e atentos às suas tramas cheias de cólera e adrenalina. Vide o estonteante sucesso do filme americano de crime/drama lançado em 1990, REVENGE, transformado em série, baseado no livro de Alexandre Dumas “O Conde de Monte Cristo”. Na série, a trama é bem pensada e vai se desenvolvendo como um quebra-cabeça, muito bem planejado. Considerando o autor do livro, ao menos se supõe a oportunidade de boas reflexões sobre a natureza humana e um desfecho com um bom “moral da história”, pra compensar tanto apelo por parte da emissora de TV.
De forma simplificada, conforme a terapeuta carioca Ceci Akamatsu , o que move o sentimento de vingança são as memórias negativas, do ponto de vista físico e energético, que guardamos quando passamos por situações muito difíceis e não conseguimos assimilá-las positivamente. Ela costuma chamar essas memórias de feridas energéticas. Se continuarmos a gerar e guardar essas feridas emocionais e mentais, vamos acumulando-as e formando o que chama de “Eu Machucado”. Esse “eu” – formado por sentimentos, pensamentos e energias destrutivas – começa a tomar conta de nós e corremos o risco de viver cada vez mais a partir dele. Muitas vezes as pessoas apenas “encostam” nos nossos machucados sutis que já estavam ali, e erroneamente achamos que elas são as responsáveis pela nossa dor. Então, a vingança, por sua vez, acontece quando a pessoa não consegue dar conta de seu Eu Machucado – ou seja, das suas dores, medos, invejas, raivas e outros sentimentos negativos – e acredita que sua dor é causada pelo outro.
No meu entendimento a raiz deste triste sentimento está exatamente na falta de entendimento e percepção de que tudo o que nos acontece e aflige, direta ou indiretamente, é de nossa inteira responsabilidade, mesmo que aparentemente tenha sido causado pelo outro. Este entendimento e percepção de que falo é naturalmente difícil de assimilar, mas totalmente acessível e totalmente possível de ser desfrutado por todos com benefícios incalculáveis.
ganham certeza: vale a pena investir! Perdoar é ficar leve, libertar-se! A paz oriunda do perdão é um bem tão valioso e de tão doce sabor! Permita-se provar!
Fonte: Inês Coelho em: http://www.professoresdosucesso.com.br/vinganca-livre-se-deste-mal.html - Fonte da imagem: google/internet